Sobre exposição nas redes sociais

Aloísio Junior
4 min readJun 8, 2020

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De uns anos pra cá optei por não mais expor minha vida nas redes sociais. Vez ou outra algum comentário pontual sobre alguma situação mais pontual ainda, porém nada que pudesse “invadir” minha privacidade. Vejo reflexo disso quando abro meu Facebook e as memórias que aparecem mostram coisas com mais de 5 anos, raras as mais “novas” do que isso. Não nego de que vez em quando gosto polemizar, mas se tratando de um assuntos/temas do momento e não sobre mim, como já aconteceu algumas vezes, lamentavelmente.

Essa decisão se deu porque, de certa forma, acabava atrapalhando meu convívio social e refletindo, por tabela, um dos meus antigos trabalhos porque, segundo a “fundação”, poderia sujar a imagem da instituição (só da instituição, da pessoa em si não). Foi apenas o estopim para tomar uma decisão que já estava querendo abandonar.

Entendo, de certa forma, a postura adotada pela empresa, que queria a imagem de que seus funcionários eram exemplares, mas basta conviver um pouco mais perto das pessoas para você realmente conhecer quem são (exemplares ou não) e como se portam, independente de do que postam em suas redes sociais.

Muitos utilizam das redes para criarem uma falsa-imagem sobre quem são e o que fazem. Este vídeo é muito cruel, porém verdadeiro. Parece existir uma necessidade em se mostrar; anseio por terem aceitação de curtidas em suas postagens ou fotos. Se entregam ao bel prazer de apenas se exporem e, muitas vezes, serem ridicularizadas. Sofrem quando umas de suas redes sociais remove o número de pessoas que “curtiram” suas postagens e inventam um jeito de mostrarem seus números.

Não nego que é legal compartilhar uma conquista aqui ou acolá. Eu mesmo faço isso. Mas viver na dependência disso, é doença. Fazem de seus Facebooks, Twitters e/ou Instagrams seus diários, seguindo à risca o primeiro slogan do pássaro azul, “o que você está fazendo?”, que continha um videozinho promocional bem fofinho sobre pessoas cozinhando, indo ao banheiro, cortando a grama do jardim, entre outras atividades (procurando rapidamente, não o encontrei). O slogan pode até ter mudado para “o que está acontecendo?”, mas a mentalidade ainda se prendeu ao primeiro.

Por causa desse tipo de mentalidade, muitas vezes já pensei em abandonar todas redes sociais, como alguns amigos meus já fizeram. O que me “impede”, primeiramente, é meu número de telefone Beta ser ligado ao Facebook, depois são os familiares que ainda se comunicam por lá, mesmo com o WhatsApp em alta (migrem para o Telegram, por favor!), e por último os amigos que conheci durante minha adolescência em jogatinas de MMORPG, fóruns de discussão ou cursos/graduações que passei. Por outro lado, já deletei muitas vezes de meu celular para não acessar e perder meu tempo, já que ultimamente a conversa só tem sido sobre política e de forma agressiva, sem espaço para resposta, réplica ou tréplica.

A vida é muito mais bela fora das redes, convivendo com as pessoas em conversas saudáveis. Obviamente nos meses recentes a opção “sair para se encontrar” está fora de questão por conta da atual situação mundial, mas existem aplicativos que, se usados de maneira inteligente, aproximam. Cito o próprio Facebook que acabei de criticar. Tantas opções para conversar e aproximar, mas as exposições que acontecem lá fazem o completo oposto.

Talvez você que esteja lendo me conheça e esteja pensando: “ué, mas ele não me mandou mensagem para conversar”. Pode ser que sim. Nesse quesito assumo que sou bem falho, mas sempre que lembro e me vem o nome da pessoa, envio uma rápida mensagem dizendo “pensei em você e espero que esteja bem”. Reforço que não sou o maior exemplo disso, até porque meu celular tem servido mais como entretenimento audiovisual do que propriamente TELEFONE celular. Só não deixe de falar com aqueles que mais ama, e nisso não tenho sido tão falho.

Concluo este meu pensamento pedindo uma reflexão sobre o uso das redes e eventuais exposições que venham acontecer. Antes de postar, pense e repense. Todos precisam ver e saber daquilo? Como me foi chamada atenção recentemente por um simples desabafo neutro: não use como muro das lamentações também. Expresse de outras formas os sentimentos, como compondo uma música ou escrevendo um texto em um blog.

Oi! Eu sou o Aloísio Júnior, tenho 27 anos, cristão e professor de Inglês para Educação Infantil e Fundamental I.

Escrevo nos blogs Construindo Uma Memória e Building A Memory. Além de acompanhar eles, você pode receber os textos deles pelo canal do Telegram.

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Written by Aloísio Junior

Cristão, casado, Consultor Pedagógico e professor de Inglês. 31.

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