Sobre escolher uma profissão

Aloísio Junior
4 min readJun 25, 2020

--

O mundo adulto é feito de pessoas que, em algum momento de suas vidas, escolheram algo para seguirem como profissão. Escolha essa que talvez tenha sido fácil ou talvez tenha sido bem conturbada. No meu caso, a segunda se aplica perfeitamente.

Sempre fui aficionado por eletrônicos, principalmente computadores e jogos. Eu sabia que poderia trabalhar com isso e, quando estava com meus 15 anos de idade, iniciei um curso técnico de informática que abordava software e hardware. Lembrando que software é aquilo que você xinga e hardware o que leva chute. Deste curso só levo comigo uma amizade até hoje com o grande Danilo Couto, e muita raiva, que me fizeram abandonar essa área.

Sempre tive uma grande inclinação a ouvir pessoas e tentar ajudá-las a encontrar um caminho. Isso me fez pensar em Psicologia. Ao completar o 3º ano do Ensino Médio e ter tentado em 4 universidades diferentes e não ser aprovado em nenhuma, o sonho estava quase morto. Nesta época, fim de 2010 e início de 2011, eu estava iniciando meu blog, o Construindo Uma Memória, enquanto fazia um cursinho que havia ganho da família.

Por conta do meu desempenho nas aulas de Português, Literatura e Redação, a professora comentava que eu poderia focar em um curso que envolvesse a parte da escrita, e minha irmã falava que, por causa do blog, eu poderia tentar Jornalismo. Bem, naquela época o curso estava invalidado e qualquer um que se proclamasse jornalista era aceito. Ao falar disso com minha professora, ela falou que eu poderia seguir com o curso de Letras e depois me especializar na parte jornalística. Feito isso, em 2012 eu iniciava minha faculdade.

Meu primeiro ano foi muito conturbado e estava decidido a não ser professor por conta de um péssimo estágio que passei. Uma pausa para explicar que a cidade onde moro tem um programa de estágio não obrigatório e remunerado, o que me possibilitou essa oportunidade no primeiro ano.

Em meu segundo ano, quando transferi de instituição, a situação foi diferente, assim como as experiências. Meu primeiro emprego surgiu por causa de uma oportunidade oferecida por uma professora, ao qual sou muito grato até hoje. A grandiosa professora de inglês, Ana Paula, após aplicar uma atividade, disse que queria falar comigo, ao qual já realizei imediatamente e fui ver o que era. Ao fim daquele ano de 2013 eu estava sendo contratado por uma das grandes escolas de idiomas da região.

Minha paixão por dar aulas só aumentou desde aquela contratação. Não me vejo fazendo outra coisa em um futuro tão próximo ou distante. Hoje, com 27 anos, possuo apenas dois empregos registrados em minha carteira. Por uma infelicidade saí do colégio em questão em 2018 e hoje sou professor no Colégio Ideal em Cascavel, um dos mais antigos e renomados da cidade.

Esse breve resumo da minha história me faz querer voltar em 2008, quando entrei no Ensino Médio. A pressão que é colocada sobre o estudante em ter que escolher uma profissão é massacrante. Além de diversas opções, o mesmo ainda não se encontra com a maturidade devida. Se meu eu de hoje encontrasse aquele adolescente de 14 anos e falasse “você é um grande professor de educação infantil e anos iniciais, e ama o que faz”, minha parte mais jovem certamente zombaria.

Temos conversado com nossos adolescentes sobre escolhas do futuro? Ensinamos eles que a decisão não precisa ser imediata? Olhe para mim, me acertei com o que queria pra minha vida em 2013, 3 anos após minha conclusão do terceirão.

As gerações têm errado com aqueles que serão o futuro e base de onde moramos, porém nunca é tarde para fazermos nossa parte como professores e, em alguns casos, como pais, que orientam e guiam nosso jovens. Apesar dos meus alunos serem menores de 10 anos, converso com eles sobre a clássica frase “o que você quer ser quando crescer”, e estimulo a criatividade. É essa criatividade que pode ser o diferencial. Me faz até lembrar o vídeo da música Mire As Estrelas da banda Rosa de Saron.

Seja influência e influenciador! Converse e inspire. E se você, adolescente que está lendo isso aqui, ainda não sabe o que quer pro seu futuro, não se desespere. Não tome decisões precipitadas. Faça testes vocacionais. Visite lugares que você acha que possam te inspirar, veja cursos on-line. Converse com adultos. E também você, jovem que está infeliz com o curso que iniciou, tente mais um pouco, porque pode ser aquele mais um ano que vai te fazer amar o que está estudando, ou então, não tenha vergonha de seguir outra área.

Oi! Eu sou o Aloísio Júnior, tenho 27 anos, cristão e professor de Inglês para Educação Infantil e Fundamental I.

Escrevo nos blogs Construindo Uma Memória e Building A Memory. Além de acompanhar eles, você pode receber os textos deles pelo canal do Telegram.

--

--

Aloísio Junior
Aloísio Junior

Written by Aloísio Junior

Cristão, casado, Consultor Pedagógico e professor de Inglês. 31.

No responses yet