Os benefícios de jogar videogames na visão de quem muito aprendeu
Os jogos eletrônicos sempre tiveram um espaço especial em minha vida. Desde que me lembro por gente, tinha um videogame em casa. Sempre desatualizado com a época, mas estava lá para a diversão dos meus irmãos e minha. Aquele primeiro que lembro era o Master System II, lançado pela TecToy, no Brasil, com o jogo Alex Kidd In Miracle World na memória. Depois, em 2002, tivemos o PlayStation. Sim, aquela caixa de sapato cinza. Depois, em 2012, o PlayStation 3.
Apesar de me lembrar apenas destes 3 vídeos de forma física em casa, joguei muitas outras plataformas, fosse na casa dos meus amigos ou primos, ou por emulação no guerreiro Windows 98 que nos acompanhou até 2004, Windows XP até 2007, e o Windows 7 até eu não morar mais com meus pais.
Posso agradecer à emulação por ter me providenciado o melhor jogo de RPG que joguei e responsável por me fazer amar a língua inglesa, o bem feito Chrono Trigger de Super Nintendo, lançado em 1995 pela Squaresoft. Meu irmão me dizia que só poderia jogá-lo caso soubesse a língua. Bem, eu jogava escondido com um dicionário ao lado.
Jogos eletrônicos, se usados como aliados, podem trazer diversos benefícios para uma pessoa. No meu caso, como dito no parágrafo anterior, me fizeram amar a língua inglesa e hoje leciono a mesma. Além da aprendizagem de uma língua, seja inglês ou qualquer outra, existem diversos gêneros que demandam habilidades para que o objetivo seja alcançado. A aprendizagem pode ser de forma consciente ou não, visto que o videogame é usado como meio de aliviar o estresse do dia.
Pode ser uma estratégia de sobrevivência com rápidas decisões para não ser aniquilado, como nos jogos da série Age of Empires ou Minecraft; estratégia para obter o melhor lucro enquanto se relaciona com outras pessoas, como Stardew Valley; atenção em pequenos detalhes para que sua nação não sofra as consequências de um invasor, como visto em Papers, Please!; ou até mesmo noções básicas de física sobre movimento, como nos jogos de esportes (PES, Fifa) ou corrida (Gran Turismo, DiRT).
Os jogos também podem trazer, aliados à aprendizagem, entretenimento para dentro de casa. Muitos possuem enredos tão profundos que superam as bilheterias de cinema. A construção de um personagem e sua história, e a forma como ele passa por ela em seus momentos de glória ou infâmia. Eu chorei ao fim do primeiro jogo do Red Dead Redemption, e a série Metal Gear Solid trouxe a melhor história espionagem do mundo, deixando os agentes 007 e Ethan Hunt (Missão Impossível) com vergonha.
Jogos ensinam sobre cultura mundial. A série Assassin’s Creed, trazida pela Ubisoft em 2007, além de se encaixar no mesmo quesito enredos que são profundos, elas trazem muito conteúdo histórico sobre diversos lugares do mundo, visto que a mesma tende a fazer uma visita ao passado utilizando-se do DNA do personagem. Neste processo visitamos lugares como a antiga Jerusalém, Itália ou Egito. Esta série também foi/está sendo responsável pela reconstrução da Catedral de Notre-Dame, já que a mesma aparece em um dos jogos e aparição durante o jogo foi totalmente inspirada na construção original.
Entendo que há uma preocupação sobre o excesso que os videogames possam causar na mente de uma pessoa. Porém, qualquer coisa se feita em excesso trará prejuízos para ela, até mesmo tomar água. Não podemos minimizar a importância dos jogos em nossa realidade, e muito menos privá-la de existir. Os pais que reclamam que os filhos só querem saber de jogos, exerça seu papel como maior responsável: limite os horários de uso. Os mesmos limitam tantas coisas que os filhos fazem como o colégio que estudam, o alimento que ingerem, o médico que frequentam. Por que não fazer o mesmo com outras áreas da vida como videogames e celulares? Em casa, quando tinha meus 12–13 anos, era no máximo 2 horas por dia.
Se usados de forma sábia, os jogos eletrônicos podem trazer diversos benefícios para uma pessoa, desde um simples relaxamento mental depois de um dia cansativo, até mesmo uma nova linguagem ou conhecimento sobre algum lugar histórico. Saiba aproveitá-lo. Use-o com moderação.