Os aplicativos de streaming musicais na visão de quem usa diariamente
Música é parte do meu cotidiano desde que me entendo por gente. Meu pai, principalmente, sempre gostou muito deixar música tocando em casa ou no carro. Esse gosto acabou passando não somente para meus irmãos como também para mim. Talvez entre Matheus e Mariana eu seja o mais “categórico” e “chato” quando o assunto é organização musical.
Lembro que em 2015 comecei minha assinatura no Spotify juntamente com meu irmão (embora já tivesse ouvido falar do serviço pelo menos uns 4 anos antes). No começo ainda estava incrédulo sobre o quão confiável era, apesar de ter encontrado bandas que tinham poucas músicas no YouTube na época, e o MySpace já estava em declínio total. Ali no canto inferior direito mostra que adicionei meus primeiros álbuns em Setembro do mesmo ano. Poder encontrar Diamondog (Noruega), toe (Japão) e LP Septet (França), foi de explodir a cabeça, principalmente o primeiro, já que todas pesquisas caíam em um rapper chamado Diamond OG. Tudo por causa de um espaço entre as duas últimas letras.
O tempo passou e os concorrentes começaram a ganhar nomes: Deezer, Pandora, Tidal, Apple Music, YouTube Music, Amazon Music Prime/Unlimited… e tantos outros que fica difícil ter controle. Cada um trazendo seu diferencial para chamar atenção de um público. Uma qualidade aqui, um tempo extra ali, um artista exclusivo acolá. Até mesmo parceria com as redes de celulares dando desconto em seus planos.
Fui uma pessoa feliz de poder experimentar da versão premium de 4 destes serviços em momentos diferentes por mais de 3 meses e em aparelhos Android e iOS. Foram eles Spotify, Deezer, Apple Music e YouTube Music, o que pra mim são os 4 grandes da atualidade. Dentre todos, aquele que mais gosto é o Spotify, mas não quer dizer que os outros não tenham coisas boas e, pensando nisso, quero compartilhar minha experiência e talvez te ajudar a decidir entre um deles, caso tenha interesse.
Vou enumerá-los conforme minha afinidade com cada.
- Spotify
O verdinho sueco que foi fundado em 2006, mas lançado oficialmente em 2008, foi o primeiro que usei e é pra mim o melhor de todos em catálogo e, principalmente organização. Quando comentei no primeiro parágrafo sobre ser “categórico” e “chato”, é porque gosto de coisas organizadas.
Antes de assinar qualquer serviço, fui acumulando uma coleção musical em meu computador. A organização sempre seguiu o padrão “cristã/não cristã/videogame > nacional/internacional > ordem alfabética > artista > ano de lançamento > álbum”. Depois de uns tempos, comecei até mesmo separar por gênero (essa pasta ainda está uma bagunça, mas logo termino de arrumar). O Spotify é o que organiza as músicas de forma mais parecida com meu método.
Do que me lembro foi o primeiro a ter playlists personalizadas de acordo com o que você ouve regularmente (Daily Mix). Nesse mesmo segmento personalizado tem as playlists “Radar de Novidades”, que é uma playlist atualizada toda sexta-feira com os lançamentos dos artistas que você segue e ouve, e o “Descobertas da Semana”, atualizada toda segunda-feira, que eles tentam encontrar artistas que você talvez goste que sejam parecidos com seu gosto. Também não posso deixar de mencionar a playlist de fim de ano, que eles dedicam um site inteiro para falar TUDO o que você ouviu. Quando digo TUDO, é realmente TUDO: minutos, músicas, gêneros, artistas, álbuns, os melhores de cada estação do ano, etc. É lindo de ser ver.
Mas nem tudo é perfeito. Constantemente a versão móvel passa por modificações visuais e realocando as posições dos menus, fazendo com que tenha que se reaprender a posição de tudo. E a versão para computador (pelo menos no Windows) é um descaso total. Já aconteceu de eu mandar abrir o programa, demorar mais de 5 minutos, e não ter acesso aos menus. Já fui em fóruns, mudei configurações, quantidade de bits, e nada. Sem contar que ele te desobedece e, mesmo estando desativada a opção de iniciar com o Windows, de vez em quando insiste abrir sozinho.
2. Apple Music
O serviço da maçã que gosta de colocar preço alto em tudo chegou para o público em 2015. Foi o terceiro que testei. A grande vantagem dele é que todo o catálogo do iTunes (maior loja de música digital) está ao seu alcance. Foi o único serviço que consegui escutar a quase toda discografia da banda sul-coreana 예레미 (Jeremy) e seu lançamento mais recente, de 2014. Até mesmo fazer alterações nas tags para seguir uma organização própria é possível, embora ele traga as datas de forma linda, podendo até mesmo ver o dia que foi lançado.
Uma das coisas mais legais é quando se abre o serviço pela primeira vez. Ele faz uma lista de vários gêneros musicais para você escolher qual mais gosta, depois, baseado nisso, ele passar por umas 3 ou 4 janelas mostrando artistas destes gêneros e relacionados aos já escolhidos. É um início fantástico.
Porém o serviço foi um dos menos baratos. Só compensa caso esteja utilizando um plano familiar (que, mais uma vez, foi meu caso). A princípio era exclusivo de quem possuísse os dispositivos da Apple, mas com o tempo veio o aplicativo para Android, mas o aplicativo dele é bem pesado e lento. E também, diferente dos outros 3 desta lista, é o único que não possui a opção gratuita em sua assinatura. Para utilizá-lo, somente pagando.
3. Deezer
O francês, que deu as caras pro mundo em 2007, foi o segundo que testei e, em relação aos preços, ouvi dizer ser equiparado com o Spotify. Porém, meu plano de celular inclui a assinatura automática dele. Ao mesmo tempo que amo, eu o odeio sobre a mesma questão: organização.
Antes de falar do meu caso de amor e ódio, tenho que apontar que o Deezer tem uma das funções mais geniais de playlist automatizada: o Flow. Ele automaticamente vai acrescentando à lista de reprodução músicas que você já ouviu com músicas que você provavelmente gostará, até que você pare o reprodutor. E, não muito tempo atrás, foi adicionada algumas playlists parecidas com os “Daily Mix” do Spotify, mas com um toque diferente. Até mesmo uma de relaxamento que é bem gostosinha de se ouvir.
Já a organização dele, como dito anteriormente… eu amo e odeio. Amo porque a separação entre o que é playlists, artistas e álbuns na pasta de downloads é a mais linda e mais bem feita de todos os serviços que falei nesse texto. PORÉM, com todas as letras aumentadas, é um dos piores em relação as datas de lançamentos dos álbuns, principalmente se você encontrar um “remasterizado”. Vou dar como exemplo a banda do saudoso Freddie Mercury. O primeiro álbum da banda Queen foi lançado em 1973, porém no catálogo ele está misturado em 2011, junto com todos os outros que foram remasterizados neste mesmo ano, e fora de ordem! Nesta mesma banda podemos ver que há um salto enorme entre as datas de 1979 e 2004, como se toda história pelas décadas anteriores ao ano de 2004 fosse um buraco negro.
4. YouTube Music
Este é o mais novo da lista, embora tenha vindo no mesmo ano que o Apple Music, apareceu meses depois, e tenho uma vaga lembrança de ter vindo pro Brasil 1 ou 2 anos depois de seu lançamento oficial. Também foi o último que tive contato com a versão paga.
Se tem algo que não posso reclamar dele é o acervo. Além de ser muito parecido com a quantidade do Spotify em músicas, ele ainda inclui os vídeos do YouTube (com a opção de ouvir apenas o áudio), fazendo com que aumente significantemente o final total. Parecido com o Apple Music, quando você abre pela primeira vez, ele te mostra uma lista (infinita, creio eu, já que nunca cheguei no final dela) dos artistas mais famosos. Cada vez que você escolhe um, ele pode mostrar 3 ou até mesmo 6 parecidos com ele. Baseado nessas escolhas você já ganha playlists com eles, além do “Offline Mix”, que é uma adição interessante em que, diariamente, uma playlist é atualizada com seus possíveis gostos. Nos menus você configura quantas músicas quer nela, até 100.
A organização de músicas, considero mediana. A disposição de datas está OK e não é nada muito diferente do Spotify e Apple Music. Mas, a forma como elas ficam salvas no teu perfil e criação de playlists (você não pode escolher uma capa pra ela!), é bem feia. E algo que me incomodou foi a transição entre faixas, principalmente em discos “ao vivo”. Estava eu escutando “Rush In Rio” e, entre uma música e outro, o público ficava silencioso por milissegundos para então continuar a canção. Lembrando que o público brasileiro é BEM barulhento.
No fim das contas, foram considerações que eu encontrei. Eu sou muito sistemático e tagarela quando o assunto é música. Talvez coisas que me incomodaram não tenham o mesmo efeito com outras pessoas. Cada um é diferente e isso é lindo na humanidade! O mais importante é escutar música e se divertir. Se der, analise letras e veja se o conteúdo é de boa qualidade ou não.
Ah, aproveitando que falei várias vezes de playlist, por que você não dá uma conferida na última que fiz pro meu blog? É sobre músicas feitas, em um primeiro momento, exclusivamente para filmes!
Oi! Eu sou o Aloísio Júnior, tenho 27 anos, cristão e professor de Inglês para Educação Infantil e Fundamental I.
Escrevo nos blogs Construindo Uma Memória e Building A Memory. Além de acompanhar eles, você pode receber os textos deles pelo canal do Telegram.