Novas e velhas rotinas
O tempo vem e vai, as estações mudam, assim como as temperaturas (cerca de duas semanas em minha cidade a máxima era de 13ºC e hoje, quando estou escrevendo, a mínima é de 20ºC). No meio disso tudo estão as rotinas. Rotinas que são consequências do que fazemos: trabalhar, estudar, inventar aquela coisa diferente pra se fazer por conta da quarentena.
Ah, a quarentena… essa foi uma das grandes responsáveis por mexer em nossa rotina. Infelizmente uma das áreas mais afetadas no mundo foi o trabalho. Muitos perderam sua renda e tiveram que mudar sua rotina para que nada viesse a faltar em seus lares. Outros tiveram sua jornada reduzida e, consequentemente, também seus salários.
Eu, como professor, estou vivendo a segunda situação, e vejo que a área da educação também teve um grande choque, principalmente na Educação Infantil e Fundamental I, áreas essas que são a base de um indivíduo. Não é que nós professores dessas áreas não estamos conseguindo ensinar, porém a falta do contato físico e afetividade visual, que tanto ativam o nível de retenção, não estão sendo sendo possíveis. Coloca-se também situações onde responsáveis, por conta de suas rotinas, não conseguem dar o devido auxílio ou, pela simples falta de paciência, não se esforçam em tentar ajudar os pequenos, que não possuem autonomia e independência para acessar os canais online (de colégios que disponibilizam dessas ferramentas), ou de buscarem atividades na instituição.
Faço uma ressalva e grande agradecimento aos responsáveis que, assim como nós professores, estão se desdobrando para que haja retenção durante a aprendizagem, e que ela seja menos entediante possível. Tenho tido retorno de alguns em meu número profissional e me emociono com cada uma das mensagens que recebo, seja de gratidão por estar tentando lecionar de um jeito mais tranquilo ou por conversar com as crianças.
Essa mudança de rotina, principalmente financeira, faz com que a forma como sustentamos nossos lares seja muito bem programada: cortes em certos gastos, cancelamentos de serviços pagos aqui, uma renda extra acolá… todos tiveram que se adaptar, e comigo não foi diferente. Apesar de fazer certas reduções, o saldo no fim do mês não é o mais animador, ainda mais quando o carro precisa de alguns ajustes e a saúde não anda colaborando muito (é de você mesmo que eu tô falando, coluna). Não posso deixar de ser grato a Deus que nunca faltou nada em casa. Quando mais precisei, Ele tocou no coração de pessoas que, espontaneamente me ajudaram de alguma forma (e talvez elas nem saibam disso).
Pensando e me planejando em cima disso, resolvi expandir um pouco o que minha formação me habilitou e estou abrindo turmas online de inglês de forma individual ou pequenos grupos. Pensei brevemente sobre isso no início do ano, em um primeiro momento para preencher o tempo e me divertir (eu amo o que faço) e ser uma renda extra, mas agora os tempos são outros e espero, sinceramente, que dê certo e que continue não faltando nada, não somente em minha casa como na de qualquer outra pessoa.
Olá! Eu o Aloísio Júnior. Tenho 27 anos, sou Cristão e professor de Inglês. Formado em Letras Português/Inglês pelo Centro Unviersitário Assis Gurgacz (Cascavel/PR) e pós-graduado em Língua Inglesa: Estudos Linguísticos, Literários e Culturais pela mesma instituição.
Escrevo para os blogs Construindo Uma Memória e sua versão em inglês, o Building A Memory, aonde compartilho reflexões sobre músicas, que são como “memórias” para mim, além de indicações de álbuns e playlists temáticas. Você pode acompanhar o as postagens destes blogs pelo Telegram e pelo Instagram.