Homem de Ferro, GTA V e Egoísmo
Essa semana assisti o segundo filme do Homem de Ferro, tentando seguir a cronologia da Marvel pra entender todos os filmes. É. Talvez eu esteja atrasado, porém filmes nunca foram algo que me chamaram atenção para sentar e assistir por conta própria, mesmo que o tema me chama atenção. Também nessa mesma semana completei, pela terceira vez, o jogo GTA V feito pela Rockstar. Em ambas franquias encontrei um fator em comum entre alguns personagens: o egoísmo.
Até eu que sou mais afastado do mundo dos cinemas sei que o personagem Tony Stark é soberbo e só quer saber de si, e isso ficou muito claro durante a sequência do segundo filme, aonde mesmo sabendo que estava lutando contra a própria vida, não contava de sua necessidade para os outros, além de arranjar algumas confusões e brigas até com pessoas próximas à ele. Claro que, no decorrer, percebemos que ele luta contra esse próprio egoísmo, mesmo que com certa dificuldade, para resolver a situação que fora criada. E sei de alguns spoilers dos últimos filmes, embora não tenha assistido, que isso também acaba se aplicando.
No jogo GTA V temos três personagens jogáveis: Michael Townley/De Santa, Trevor Philips e Franklin Clinton. Cada um deles com personalidades distintas e bem fortes, embora em certos momentos elas acabem se cruzando e trazendo mais tramas para a história. Quero enfatizar o personagem Michael.
No começo do jogo temos Michael em um grande assalto de roubo e, o mesmo, finge sua morte, em acordo com um policial, para sair dessa vida de crime. Após sua “morte”, ele muda de sobrenome e vai para outra cidade com o dinheiro que conseguiu desse acordo. No decorrer do jogo, percebemos que certas atitudes do personagem sempre acabam voltando para o seu próprio ego, seja deixando sua esposa ou filhos de lado, embora ame-os e queira protegê-los de uma forma bem curiosa. No decorrer da história, ele conhece o garoto do subúrbio, Franklin, e reencontra seu amigo Trevor, que até então achava que Michael estava morto.
Para o fim do jogo, temos 3 finais alternativos aonde temos que escolher com o personagem Franklin:
- Matar o personagem Michael;
- Matar o personagem Trevor;
- Arriscar salvar os dois e enfrentar àqueles que querem matar Michael e Trevor.
Vejo como final canônico a 3ª opção, porém por curiosidade, já fiz os outros dois para ver o comportamento dos personagens. Quando você escolhe matar Michael, Trevor te julga falando que você não aprendeu nada sobre a vida (ou algo parecido) e não te auxilia a matar Michael. Porém, quando escolhemos a opção de assassinar Trevor, Michael, apesar de um pouco incerto, te auxila e, aparentemente, não sente nenhum remorso. Foi uma das cenas de morte mais tristes e doloridas que já vi em jogos. E pensar que, nem para matar seu melhor amigo, Michael hesitou, mesmo sabendo que Trevor é mentalmente instável.
Essa semana, também, acabei lendo um artigo aqui no Medium, escrito por Leonardo Fuita que falava justamente sobre pessoas que só querem saber de falar e não abrem espaço para outros, fazendo com que nós que respeitamos e temos noção sobre espaço de tempo e fala, fiquemos esperando nossa vez de falar.
Aonde quero chegar com tudo isso? Nas três situações temos em comum a pessoa que pensa apenas em si e raramente abre espaço para o outro. No caso dos personagens fictícios, de certa forma eles acabam se redimindo, mesmo que com um pouco de dificuldade. Se eles não tivessem esse lado egocêntrico/egoísta deles, provavelmente as circunstâncias ao seu redor seriam diferentes. E isso não vai muito além de nossas convivências, já que a ficção é sempre uma forma de criticar algo que é concreto no mundo real. Bem. Só ler este artigo acima.
É chato estar perto de alguém que só pensa nela mesma, porém será que nós somos esse tipo de pessoa? Será que quem tanto criticamos é a nossa essência? Falta um pouco de empatia delas para perceberem a forma como estão agindo, mas muitas vezes falta um pouco de “semancol” para vermos o que temos feito. Isso me traz à mente o texto bíblico escrito em Mateus 7:3–6 ou Lucas 6:39–42, que resumidamente é essa imagem do garoto com uma trave em seu olho. Somos hipócritas em querer julgar os outros sem nem olharmos para nossa própria situação.
Que possamos aprender a ser menos EU e aprender a amar mais O PRÓXIMO.
Oi! Eu sou o Aloísio Júnior, tenho 26 anos e sou professor de Inglês para Educação Infantil e Fundamental I.
Escrevo nos blogs Construindo Uma Memória e Building A Memory. Além de acompanhar eles, você pode receber os textos deles pelo canal do Telegram.