A percepção do tempo e o pretérito imperfeito do indicativo

Aloísio Junior
3 min readSep 24, 2020

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Photo by Giallo from Pexels

Ah! A percepção do tempo… creio que nessa era pandêmica que estamos vivendo, ela foi uma das mais afetadas. Tudo começou em março, pelo menos aqui no Brasil e, num instante, já estamos encerrando setembro. Foram “apenas” 6–7 meses, mas parece que estamos vivendo há anos essa situação. Tudo mudou, nossa convivência com outras pessoas, nosso estilo de vida. É o que estão chamando de “novo normal”.

Em uma conversa de grupo de WhatsApp, um amigo mandou um vídeo falando do uso de máscara de forma humorada. Ao assistir, lembrei de uma conversa que estava tendo esses dias com minha namorada, que é estranho sair na rua e ver pessoas sem máscaras, ou as fotos nas redes sociais de pessoas sem máscara. Engraçado pensar que se víssemos alguém, pelo menos aqui no Brasil (outra vez), de máscara nas ruas, nossos pensamentos seriam os mais criativos do porquê alguém estar vestindo uma.

Também é curioso pensar, no entanto, como nossa percepção de tempo varia até mesmo para a cultura pop. Vi em algum lugar que a qualidade “720p” já não é mais considerada HD. E pensar que esse foi o auge da imagem não tem nem aproximadamente 5 anos; ou que álbuns como “All That You Can’t Leave Behind”, do U2 (aquele da música “Beautiful Day”), e “Parachutes”, do Coldplay (aquele da música “Yellow”), estão fazendo 20 anos agora em 2020. Não parece que fazem 19 anos que eu estava sentado na sala, me preparando para o colégio enquanto assistia desenho na TV Globinho (RIP) e tudo parou para falar do atentado do 11 de setembro.

O tempo está passando, às vezes rápido ou lento demais. Ele é uma das coisas da qual não temos controle e não temos como voltar, consertar. O que você faz com teu tempo? Tem sido produtivo? Tem aproveitado de verdade? Você tem orgulho de dizer que valeu a pena tudo o que fez?

Eu estou no auge da minha juventude, com apenas 27 anos, e espero viver muito mais do que isso. Quando olho para trás, tem coisas da qual me orgulho muito de ter feito e conquistado, mas tem coisas que olho e penso na burrada que fiz. Apesar de certos arrependimentos, a maioria das coisas que fiz, eu posso falar que fui feliz e que aproveitei cada instante, até mesmo o período que passei por depressão e fazia visitas constantes ao psicólogo. Tudo bem que naquela época eu não enxergava nada de bom, mas hoje vejo que foi fundamental para ser a pessoa que sou hoje. Fundamental para me olhar no espelho e dizer: eu tenho orgulho da pessoa que me tornei e estou me tornando a cada dia.

A percepção de tempo é diferente para cada um. A forma como cada pessoa encara uma situação também é diferente, como já dizia os Titãs com a música “Epitáfio”: cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração. Apesar do tempo agir diferente para cada percepção, que você não precise cantar, como essa música diz, “devia ter”. Não deixe que o pretérito imperfeito do indicativo (eu devia…) seja dominante. Tenha coragem e faça. Não hesite, e que o tempo passe gloriosamente por sua vida.

Olá! Eu o Aloísio Júnior. Tenho 27 anos, sou Cristão e professor de Inglês. Formado em Letras Português/Inglês pelo Centro Unviersitário Assis Gurgacz (Cascavel/PR) e pós-graduado em Língua Inglesa: Estudos Linguísticos, Literários e Culturais pela mesma instituição.

Escrevo para os blogs Construindo Uma Memória e sua versão em inglês, o Building A Memory, aonde compartilho reflexões sobre músicas, que são como “memórias” para mim, além de indicações de álbuns e playlists temáticas. Você pode acompanhar o as postagens destes blogs pelo Telegram e pelo Instagram.

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Written by Aloísio Junior

Cristão, casado, Consultor Pedagógico e professor de Inglês. 31.

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